Pois é, esta é a mais nova "arma" para impor medo na população. Esqueçam a desidratação, que é um mal menor frente ao estresse térmico, segundo o médico pneumologista Júlio Abreu.

Para ficarmos só na questão do calor, já não basta o sistema apontar sua mira aterrorizante com essa avalanche de ameaças, tipo "recorde de calor no ano", 50º C à sombra, beba água, beba hidratantes e energéticos, enfim...

Essas ameaças, é fácil constatar, de algumas décadas para cá, criaram um contingente de pessoas que ficam andando com uma garrafinha de água pra baixo e cima. Gente que não conhece o próprio corpo, perdendo a sintonia com sintomas como a sede ou o mal-estar em função dela.

O conteúdo da fala deste médico é assustador para pessoas frágeis emocionalmente e vulneráveis ao medo.

Observem o que ele diz sobre o calor e o aquecimento corporal: "risco crítico de mortes por calor", "maior perigo de morte e não a desidratação", "idosos e crianças são grupos de risco" e "risco de exaustão térmica com lesão cerebral e morte".

Ora, será o que o doutor aí não sabe que essa defesa é instintiva nos seres humanos e até no mundo animal? E que o instinto vem até mesmo do espírito paterno, e principalmente, materno?

Será que ele nunca levou um banho de mangueira ou uma garrafa de água fresca na cabeça, quando a mãe vê o filho se escaldando numa brincadeira num parque, jogando bola ou no quintal de casa? Nunca levou um "já pra dentro menino" de sua mãe ou pai ao ver o filho sob sol forte por longo período?

Será que nunca viu alguém colocar toalhas molhadas sob o corpo de um idoso que está num ambiente quente e sob condições de grande calor?

Nunca procurou uma sombra sob sol forte, naturalmente, seja na cidade ou no campo?

De onde ele tirou que uma pessoa que está com cãibras, passando mal ou com tontura leve, tem seus sintomas negligenciados? Ora, associado de imediato com condições de temperatura alta naquele momento, os cuidados são sintomáticos por parte até daqueles que estão por perto.

Se ficasse apenas nos conselhos para os cuidados, vá lá, mas partir para essa ignorância de aterrorizar as pessoas, passou da conta. Agora imagina uma pessoa que ouve o dia inteiro nos jornais de rádio e tv - "calor bate recorde de temperatura...", "a precisão é de mais calor para os próximos dias...", e em seguida ouve esse médico. O cara cai duro na hora!

Ora, doutor, se seguirmos à risca este seu conselho, como descrito, é mais fácil causar um dano à vítima por hipotermia.

Estresse térmico, expressão bonitinha, é só mais uma "condução de terror" aos desavisados. Narrativa criada para quem despreza o cidadão.

Ah... e até parece que altas temperaturas, e as baixas também, são novidade para a humanidade. Aliás, o doutor é do time dos ecochatos que só aparecem para falar do tal "aquecimento global", mas somem quando temos o "esfriamento global".