O vil ataque a Moro de militantes disfarçados de estudantes, em Coimbra

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Leio na Folha que os estudantes brasileiros picharam muros da universidade de Coimbra em protesto contra a presença do juiz Sergio Moro em um evento sobre combate à corrupção. 

Direito a protesto todo mundo tem. Você pode protestar contra o que quiser: pandas-bebês, flores do campo e o juiz que condenou notórios corruptos do grande pântano que em que se converteu a política nacional.

O que é de se lamentar é a desonestidade intelectual e a manipulação embutidas tanto na nota da Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra (Abep) como na notícia publicada pela Folha. O Uol (do Grupo Folha) destacou em sua chamada no Facebook um trecho da nota que justificou as manifestações:

"Tendo em vista que os métodos de atuação no processo judicial adotados por Sergio Moro são contestados justamente no Comitê de Direitos Humanos da ONU, a Apeb/Coimbra manifesta a sua perplexidade com a escolha desse personagem para participar no evento", diz o texto.

Fossem um pouco mais transparentes, a Associação e a Folha acrescentariam um detalhe: que foi Lula, condenado por Moro, quem denunciou o juiz à ONU.

Pelo jeito, agora exportamos a piolheira que corrói muitas cabeças nas universidades brasileiras. Explicável que tenha ocorrido em Coimbra, a universidade com a maior quantidade de alunos brasileiros fora do país. São 2 mil entre alunos de graduação e pós-graduação. Aliás, prefiro nem saber se toda essa gente indignada está sendo mantida com o dinheiro dos meus impostos.

Pode ser que seja limitação minha, mas o certo é que jamais vou entender a necessidade imperiosa que alguns tem de tomar partido de criminosos e de atacar quem pune corruptos.

(Texto de Sônia Zagheto)

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