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Por que não Mourão ao invés de Bolsonaro?

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Com certa frequência o nome do General Hamilton Mourão vem à baila como se tivesse o perfil do homem mais habilitado para comandar o Brasil, após os fracassados governos que se instalaram a partir da “Nova República”, de 1985, numa degeneração progressiva até chegar ao seu clímax, nos Governos FHC, Lula, Dilma e Temer. Se os militares deixaram a desejar durante o seu período, na verdade eles foram muito melhores, ou “menos piores” (se alguém assim preferir), que os seus diversos sucessores.

O único grande problema de não “decolar” a candidatura Mourão reside no fato de não integrar o seu perfil a condição de “político”. 

Também a sua profissão de “militar” espanta muita gente, já que 64 não deixou tão boas lembranças assim, apesar de ter estancado a ameaça “vermelha” que na época batia às nossas portas. Porém, há de se convir que nesse período o Brasil teve enorme desenvolvimento, com gigantescas obras de infraestrutura, principalmente em energia elétrica e na própria telefonia.

Tanto isso é verdade que ainda hoje as 5 (cinco) maiores usinas hidrelétricas em operação no Brasil são dessa época (de 1964 a 1985).

No que tange à telefonia pública, os governos militares modernizaram o país e deixaram a planta telefônica existente plenamente capacitada para receber as melhorias tecnológicas que foram implementadas nas telecomunicações privatizadas. Foi uma opção dos governos posteriores, mas que seria desnecessária, em vista da maturidade tecnológica sobre telecomunicações que o Brasil mesmo já alcançara com seus esforços. 

Os “gringos” pouco construíram e muito usufruíram das telecomunicações deixadas. Mas aí os negócios passaram a ser muito bons, “imperdíveis”, de “mãos-beijadas”, para os investidores estrangeiros, e a privataria decolou ao lado de muita corrupção.

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A considerável “rejeição” ao nome do General Mourão, para Presidente da República, apesar de partir também da sua (talvez mal-vista) condição de militar, porém em menor escala, está principalmente no fato dele NÃO SER UM POLÍTICO CONVENCIONAL.

Bem analisada essa situação, impõe-se observar da absoluta necessidade da maioria da população brasileira, justamente daquela maioria que é decisiva nas eleições, e que elege os representantes políticos da sociedade, consultar urgentemente uma junta de PSICÓLOGOS SOCIAIS para que avaliem tamanha discrepância e contradição. Por um lado na opinião pública, a classe política hoje é equiparada ao demônio. E não é sem razão. Basta acompanhar os noticiários dos jornais diários que ocupam a maior parte das suas páginas informando as falcatruas e trapalhadas dos políticos dos mais diversos partidos.

Apesar disso, essa mesma população exige que só concorram a cargos eletivos aqueles mesmos políticos que ela abomina.  Essa é a “democracia” pervertida que se pratica.

Qualquer um que não preencha essa condição, inevitavelmente estará “fora”. Não terá qualquer chance de se eleger. É “carta-fora-do-baralho”.

Não se compara a postura desses eleitores antes e durante as eleições. Antes das eleições são como “leões”, rugindo contra a classe política; no dia das eleições, comportam-se como um rebanho de cordeirinhos indo diretamente às urnas para eleger o primeiro que lhe surge à frente.

Isso significa, portanto, que essa parcela majoritária do eleitorado tem uma “dependência” tão grande dos seus políticos, que essa “vinculação” supera até mesmo a dependência que os viciados têm com suas drogas.

Quais os requisitos que Bolsonaro preenche para ser Presidente? Só sei que ele seria “ficha-limpa”, segundo os padrões que estão usando, e é contra o PT. Fora daí pouca coisa. Mas sem dúvida é a principal oposição ao PT, partido que tanto desgraçou o Brasil, junto com seus “sócios” de Governo.                                                                                                                                 

Provavelmente daí decorra o crescimento espantoso da sua candidatura. Mas ele não é oposição aos “políticos”, simplesmente porque é um deles. Seu estilo nada tem de diferente dos outros políticos. É muito mais político que militar.  Creio até que ele só utiliza a farda por conveniência e demagogia. Mas se na urna eu tiver que escolher entre Lula, ou outro qualquer do mesmo grupo, ou “laia”, é claro que opto pelo Bolsonaro. Ele não é ruim. Mas não é o que Brasil precisa.

Eu preferiria mil vezes o General Mourão, que teria melhores condições, nem digo de governar, mas de fazer a urgente limpeza política que o Brasil necessita para retomar uma legítima democracia.  Mas ele teria que ter necessariamente o apoio das Forças Armadas para fazer a limpeza que urge, após a sua eleição, talvez invocando o comando do artigo 142 da Constituição, dando-lhe a oportunidade que até hoje lhe foi negada.

Foto de Sérgio Alves de Oliveira

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado, sociólogo,  pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

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