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A China compra o Brasil como antes os Estados Unidos comprou o Alaska

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Todos já observaram as frequentes visitas de empresários e autoridades chinesas interessadas em ‘negociar’ com os brasileiros. E também com outros países do Continente.

O Presidente chinês, Xi Jinping, por exemplo, não esconde o “carinho” que dedica às futuras “possessões” do seu país nessa região. Mais parece que o seu intento seria tomar o lugar dos americanos no “coração” da economia sul-americana.

Nesse sentido os “chinas” até já abandonaram  o velho discurso marxista que condena a exploração imperialista de países ricos sobre países pobres. Mas... desde que os  exploradores passem a ser eles próprios. O imperialismo chinês hoje é uma realidade. Seus tentáculos navegam pelo mundo. Pretendem dar um “Deixa Pra Lá” nos americanos, tomando o lugar deles.

Atento a essa realidade ameaçadora, o Deputado Federal Jair Bolsonaro alertou que “a China assume o controle de 20% do mercado de sementes de milho no Brasil” e que “O país está perdendo o controle da sua produção primária e da sua própria segurança alimentar”.

Lembro que nos anos 60 eu cursava o “Clássico”, no Colégio Júlio de Castilhos (o “Julinho”), em Porto Alegre, época de “ouro” dos embates políticos estudantis, em que os alunos se interessavam muito por essas questões. Havia correntes ideológicas para todos os lados, inclusive as mais radicais. As discussões eram fortes. De vez em quando ”rolava-o-pau”, mas os “nacionalismos” da época se limitavam a criticar o domínio estrangeiro sobre o fornecimento de itens com alta tecnologia agregada.

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Entretanto a realidade dos anos 60 ficou para trás. O domínio estrangeiro sobre a economia cresceu. Não é mais somente sobre produtos de alta tecnologia. É também sobre a “baixa” tecnologia. Não escapa nem mais a produção primária e as commodities. A área de “serviços”, transportes, fornecimento de alimentos, etc., em grande parte já passou para os  “gringos”. Portanto as acirradas discussões estudantis dos anos 60 passaram a ser brinquedo de criança perto da “entrega” total que se vive hoje.

Se as “esquerdas”  do “Julinho” sonhassem com as peripécias políticas da esquerda moderna, certamente teriam grande decepção.

Afinal essa nova esquerda é tão ou mais entreguista que a “direita”. A prova aí está. Deram de “mãos-beijadas” até os aeroportos. As “negociatas” e a corrupção correm soltas.  A subavaliação dos bens privatizados continua sendo a regra. Retoma-se a política tucana entreguista e corrupta de FHC.

Ora, sabidamente quem domina a economia de um país domina o próprio país. Neste sentido Marx tinha razão: “o Governo é um comitê para gerir os negócios da classe dominante”. Essa frase foi um tiro que saiu pela culatra do pensador alemão. Nunca ele imaginou que a “sua” esquerda iria agir igual àqueles a quem ele tanto criticava. A China, que adotou o comunismo, hoje é “classe dominante” . Um “poder imperialista”.

Resumidamente, podemos afirmar sem medo de erro: um país PODE SER COMPRADO. No caso China-Brasil não seria uma compra direta, com “escritura pública”, ou similar. Mas está havendo uma compra indireta.

Os chineses estão com muito dinheiro, num crescimento econômico espantoso. Com uma pequena fatia desse “bolo” poderão comprar o Brasil inteiro. Basta comparar os respectivos PIBs de um e outro. Em 2016, o PIB da China foi de 11,2 trilhões USD.  O do Brasil 1,7 trilhões USD. Quase 8 vezes menor. As privatizações “tupiniquins” que se anunciam, inclusive da Eletrobrás, vão ser uma festa para os “chinas”. Poderão comprar a estatal de energia com qualquer “trocadinho”.

A compra de um país por outro tem precedentes na história. Também ocorrem compras “parciais” de países, por exemplo, de uma fração do território. O caso do Alaska é típico e bom exemplo. Em 1867 o Alaska (1.600.000 Km 2), que pertencia ao Império Russo, na época com dificuldades financeiras, foi comprado pelos Estados Unidos pela “bagatela” de US$ 7.200.000,00, que corrigidos  dariam hoje cerca de 100 milhões .

Portanto a única diferença entre o que aconteceu com o Alaska de 1867 e o que está acontecendo com o Brasil de  hoje, em relação à China, reside em diferentes enquadramentos  de rubricas contábeis.

Quem domina a economia, domina o país. E quem domina o país pode ser considerado dono desse mesmo país.

Os brasileiros que se preparem para servir a seus novos donos e “senhores”: os chineses.

Foto de Sérgio Alves de Oliveira

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado, sociólogo,  pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

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