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Defesa de Lula vai se apegar no caso do fazendeiro Antério Manica, o homem da “Chacina de Unaí”

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Para não criar falsas esperanças sobre o que pode acontecer com Luiz Inácio da Silva, vulgo "Lula", na campanha de 2018, é preciso observar a História recente e revisitar um caso emblemático de candidato majoritário eleito mesmo estando preso e tranquilamente diplomado pela Justiça Eleitoral do Brasil.

Aconteceu em 2004 na Região Noroeste de Minas Gerais. O fazendeiro Antério Manica (PSDB), mesmo preso sob acusação de ser um dos mandantes do assassinato de quatro fiscais do Ministério do Trabalho, foi eleito prefeito da cidade de Unaí, com apoio maciço do então governador mineiro Aécio Neves.

Acabou solto por Habeas Corpus para ser diplomado, tomar posse e cumprir seu mandato, incluindo sua reeleição em 2008, passando a fazer parte dos cidadãos com Foro Privilegiado, neste caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que não o investigou ou julgou nos oito anos subsequentes.

Encerrado o mandato, o processo voltou à primeira instância e, em novembro de 2015, Antério Manica foi condenado a 100 anos de prisão pelo caso internacionalmente conhecido como "Chacina de Unaí".

Manica sempre negou participação nos crimes e, neste momento, recorre em liberdade.

Ou seja, é grande a possibilidade de Lula, mesmo preso, causar danos irreversíveis às Eleições 2018.

São várias as nuances neste país de profunda insegurança jurídica.

Lula beneficiar-se-á delas, obviamente.

Segue o enterro...

Foto de Helder Caldeira

Helder Caldeira

Escritor, Colunista Político, Palestrante e Conferencista
*Autor dos livros “Águas Turvas” e “A 1ª Presidenta”, entre outras obras.

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