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Algumas considerações sobre o povo que irá escolher o próximo presidente

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Aqui de longe, a impressão que tenho é que já não temos problemas no Brasil. Nada de balas perdidas no Réveillon, tiros de fuzil no pé e crianças que perdem a vida enquanto brincam.

Igualmente desapareceram a corrupção, os assaltos, o caos na saúde e o drama da educação pública.

Só a ausência de problemas (ou de neurônios/ de pia cheia de louça) justifica abrir debates acalorados, teses soluçantes e agressões violentas por causa de uma foto (muito bonita, aliás) de uma criança assistindo à queima de fogos no Rio.

Agora, além de técnicos de futebol, juristas renomados e especialistas em Previdência social, também desenvolvemos a habilidade de ler pensamentos de fotógrafos. Praticamente um povo de X-Men.

Igualmente sintomático é ver gente ofendida e disposta a defender Donald Trump das bombásticas afirmações que constam no livro de Michael Wolff que será lançado no próximo dia 9. Trump - que, se duvidar, não sabe sequer apontar no mapa onde se localiza Pindorama - deve estar comovidíssimo com a solidariedade.

Nada mais me surpreende depois que vi 5 milhões de almas curtirem a foto de Neymar beijando Bruna Marquezine e o assunto despertar histeria coletiva, ganhando as manchetes de todos os veículos de imprensa da Nação.

Parabéns, Brasil. É confortador saber que esse é o povo que vai escolher o próximo presidente da República. Aliás, esse comportamento explica as recentes pesquisas eleitorais.

(Texto de Sonia Zaghetto)

da Redação Ler comentários e comentar