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As semelhanças entre o EI e o PT

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Não se deve chamar os fundamentalistas do Estado Islâmico de fundamentalistas, e, muito menos, chamar aquilo de Estado Islâmico.

Fundamentalista é quem prega o retorno aos fundamentos, à ortodoxia - e o que os fanáticos e terroristas fazem (os termos mais adequados são "fanáticos" e "terroristas", dependendo do seu grau de engajamento) é um completo desvirtuamento de uma doutrina.

O Estado Islâmico tampouco é Estado - é só um grupo radical, uma organização terrorista - ou Islâmico - ainda que use o Alcorão como desculpa para suas barbaridades.

O livro que Deus teria ditado, em pessoa, para Maomé efetivamente não é lá muito gentil com as mulheres e os "infiéis" - muito menos com as mulheres infiéis! - mas não chega a mandar explodir carros bomba em escolas e mercados, degolar jornalistas e estuprar meninas (ou converter a humanidade inteira à força).

O Antigo Testamento também não é bolinho, e nem por isso chamaríamos "Estado Judeu" ou "Estado Cristão" um grupo que saísse por aí oferecendo filhos em sacrifício, passando os desafetos no fio da espada ou incendiando cidades nas quais se pratique sodomia (imagine a fumaça cobrindo o planeta...).

Aquilo pode ser um califado, ou se chamar Daesh (nome que ainda não colou por aqui), e disso não passa.

Mesma coisa com o Partido dos Trabalhadores.

Aquilo não é partido, mas uma organização criminosa; nem é dos trabalhadores, mas dos espoliadores de quem trabalha.

Chamar o PT de Partido dos Trabalhadores é dar-lhe uma legitimidade que ele não tem.

Mais ou menos como chamar de Catedral da Fé o galpão onde charlatães exploram a ingenuidade alheia, ou República Democrática Popular da Coreia do Norte a mais feroz ditadura em cartaz.

Neste ritmo, vamos acabar chamando Pabllo Vittar de cantora.

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Foto de Eduardo Affonso

Eduardo Affonso

É arquiteto no Rio de Janeiro.

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