“Se prender Lula, vai ter que matar gente”, a instabilidade intestinal do neurônio solitário

19/01/2018 às 17:30 Ler na área do assinante

A senadora Gleisi Hoffman declarou dia desses que ‘se prender Lula, vai ter que matar gente’.

Quando o seu único neurônio retornou da toalete, ela se desdisse, e afirmou que ‘usou uma força de expressão para mostrar o quanto Lula é amado pelo povo brasileiro’.

Esse é um dos problemas mais graves dos petistas: a instabilidade intestinal do seu neurônio solitário.

Forçado a uma dieta de narrativas delirantes, dogmas ideológicos, fake news, lorotas e patacoadas, o neurônio vai da obstipação ao desarranjo várias vezes ao dia. Como não tem quem o substitua na produção de sinapses durante o tempo que passa na casinha, o coitado mal tem oportunidade de consertar a caca que o vácuo cerebral ocasionou e lá vai ele correndo de novo para a latrina - por vezes deixando um rastro de pensatas pelo caminho.

Ontem foi a vez de Lula obrar um discurso:

‘A minha tranquilidade é infernizar a vida deles’ (...) ‘O Lula tá mais consciente, tá mais maduro, e vai fazer as coisas que ele não conseguiu fazer’. (...) ‘Eu não posso ser mais radical. Mas eu também não posso mais ser o Lulinha Paz e Amor. Eu dei amor pra cacete e só tomei porrada. Eu quero é provar pra eles que não tem jeito de consertar esse país se o povo pobre não estiver incluído na economia desse país’.

Trata-se de um caso clássico de neurônio que se cansou de correr do lado esquerdo do cérebro (de onde controla a fala) para a privada (que fica - pasmem - na extrema direita), e resolveu arrumar um penico. Assim, pode acompanhar o que o petista fala e se aliviar ao mesmo tempo.

Só que, sentadinho no penico, o neurônio não alcança o painel de controle para informar ao petista que governar não é infernizar a vida de ninguém, mas cuidar do bem comum. Que isso de referir-se a si mesmo na terceira pessoa já foi bem estudado pela Psiquiatria. Que reduzir o debate político ao ‘nós’ x ‘eles’ é de uma pobreza quase tão grande quanto a provocada pelos governos de esquerda em geral, e os petistas em particular.

O assoberbado neurônio teria deixado, talvez, o trecho em que o ex presidente diz que está mais maduro - só cuidando de enfatizar o M maiúsculo. Está mesmo mais Maduro porque insiste que, se não for preso, se for candidato, se for eleito e se conseguir mudar a Constituição (revogando o direito à liberdade de expressão), vai implantar o controle dos meios de comunicação - como fez seu avatar venezuelano.

Intelectuais petistas parecem ter adotado uma tática mais elaborada, que é deixar o neurônio sentadinho em seu posto, atento aos botões ‘on’ e ‘off’ - mas de fralda.

Isso explica o discurso da filósofa Márcia Tiburi (‘O STF é uma bosta, epistemologicamente falando’), fingindo desconhecer que sete dos onze ministros foram indicados pelo PT. O do pensador Gregório Duvivier (‘O evento [de apoio a Lula] é importante por trazer tantas pessoas de vermelho ao Leblon’). O da poeta Elisa Lucinda (‘O PT cometeu muitos erros. Nem por isso deixei de ser de esquerda’), lembrando que se errar é humano, permanecer no erro é petismo.

Falta avisar a eles que a fralda do neurônio precisa ser trocada pelo menos uma vez a cada seis meses. Se não pelo mau cheiro, pelo menos por causa das assaduras. Neurônio solitário, de piriri, tendo que fazer malabarismos mentais e com o bumbum assado não há de produzir nada que preste.

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Eduardo Affonso

É arquiteto no Rio de Janeiro.

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