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Este é o país do Carnaval e das ilusões!

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Enquanto o prefeito de Colatina, no Espírito Santo, decidiu cancelar os festejos carnavalescos, para investir em postos de saúde, e o de São Mamede, no Sertão da Paraíba, tomou a mesma decisão, para perfurar poços artesianos, o restante do Brasil está em ritmo de folia. 

Até porque o confortável e irresistível “estado ilusório”, proporcionado por esse prolongado feriado, desconecta cada um, ainda que provisoriamente, da grave realidade que estamos vivendo.

Veja que, neste mesmo país e por conta do Carnaval, o nosso presidente planejava levar, com ele, uma comitiva de 60 pessoas para a Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, cidade que, aliás, recebeu a considerável quantia de 13 milhões, do governo, para garantir a realização dessa tão antiga e tradicional “festa popular”. Pouco importando a nossa deplorável situação.

O número de integrantes da dispendiosa comitiva, porém, foi reduzido para 40, a pedido do próprio Presidente, depois que a mídia noticiou que, para transportar tantas pessoas, a Força Aérea Brasileira (FAB) teria de realizar dois voos entre Brasília e Rio.

Chova ou faça sol, no entanto, o Carnaval vai acontecer, em nome dos apelos utópicos, irreais, que regem nossa maneira ilógica de ser.

E quem defende ardorosamente esse evento, com o argumento de que ele ocorre “apenas uma vez ao ano”, está redondamente enganado.

Curiosos foliões e suas folias se sucedem, há tempos, neste nosso solo pátrio. Dia após dia. Ato após ato politicamente incorreto e abusivo.

O PT – com sua insana trajetória de mal feitos, mas “ilusoriamente bem feitos” - que o diga. Assim como os demais partidos e suas alianças, respaldadas em inescrupulosas e inconfessáveis conveniências.

Com o agravante de que a Lava Jato prende os corruptos, e o nosso polêmico ministro do Supremo Tribunal Federal solta cada um deles. Mesmo assim, não admite ser hostilizado – e nem xingado -  pela população. 

Haja cegueira na Justiça e na Política! Haja ilusão!

É como ver o “Bloco dos Sujos”, impondo sua passagem e nos confrontando, num desfile interminável de mesmices injustas.  Absurdas. Desumanas. Surreais.

Só resta aos cidadãos que se deixam iludir, abrir mão das suas máscaras e fantasias - reais ou imaginárias -, que tanto vêm ludibriando o lado verdadeiro de suas vidas assim como o da vida coletiva.

Resta, enfim, a cada um, livrar-se da ilusão – instável, passageira, nada concreta - e arrancá-la, extirpá-la, bani-la, - de vez -, desta nossa história repleta de “hiatos gritantes”, que precisam ser preenchidos com “coerências bem realistas”.

“Mas ninguém é de ferro. O povo precisa de alegria”! – muitos vão dizer.

Sem dúvida. Afinal, deve existir equilíbrio entre trabalho e lazer. Entre seriedade e diversão. Mas, convenhamos! Haja tolerância para tantas folias, para tantas ilusões!

Precisamos, isto sim, de limites! O quanto antes!

Do contrário, vamos começar a experimentar um “estado de arrependimento”, por período indeterminado. Muito maior do que aquele que sempre teve início a cada quarta-feira de cinzas, exigindo profunda reflexão sobre a extrema necessidade de mudarmos a nós mesmos.

Tudo causado por “dolorosa decepção”.  Sinônimo contundente de “insuportável desilusão”! 

Foto de L. Oliver

L. Oliver

Redatora e escritora, com diversos prêmios literários, e autora de projetos de conscientização para o aumento da qualidade das sociedades brasileira e global. Participa do grupo Empresários Associados Brasil, que identifica empresas e profissionais em busca da excelência em produtos e serviços no país e no Exterior. Criou e administra o grupo “Você tem poder para mudar o Brasil e o mundo”, de incentivo à população no combate à corrupção. https://www.facebook.com/groups/1639067269500775/?ref=aymt_homepage_panel

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