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As invisíveis entrelinhas da intervenção militar no Rio de Janeiro

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Os militares não aceitaram a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro para subirem o morro e servirem de alvo para marginal (empreguei aqui o eufemismo porque o termo utilizado na mídia é SEGURANÇA PÚBLICA). Ledo engano de quem pensa isso.

Digo essa fala porque nos moldes da intervenção eles nem poder de polícia possuem e, tampouco, possuem o direito de matar. Ou seja, que ordem absurda essa aceita pelos militares, pensaria o metido a esperto.

Mas não é nada disso, meus camaradas. A aceitação dos militares em fazer parte disso tem outro interesse.

Desde a entrega do Governo Militar ao Regime Democrático, pelo que me recordo, os militares jamais tiveram o PODER POLÍTICO de alguma coisa na mão.

ISSO É TUDO!!!

Os militares não retomaram o Poder Político a força, mesmo com todo o atentado à Pátria Brasileira justamente para não soar ilegítimo (Golpe).

E, ainda, seguindo o tradicional e mais vislumbrado por quem só consegue ver o óbvio, achariam que eles tentariam a retomada do Poder Político com a aceitação do próprio povo ou alguns segmentos da sociedade.

Mas isso NÃO daria certo na quadra que estamos. Daria muito barulho, muito tumulto, muito estardalhaço. Impossível acontecer novamente como em 1964.

Precisava-se de uma jogada para lá de genial para retomar o Poder Político.

A jogada foi dada e incrivelmente passou desapercebida.

A retomada política pelos militares precisava de legitimidade, e ela veio; mas os atos decorrentes que seguirão não necessariamente precisam respeitar a lei.

O chicote, já mudou de mão.

Foto de Juliano Duarte

Juliano Duarte

Advogado militante nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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