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Como a direita poderá realizar o que a esquerda sempre prometeu e jamais cumpriu

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Se nos dermos ao trabalho de observar a realidade dos diversos países do mundo onde a esquerda (socialismo, marxismo, comunismo, fabianismo, gramscismo, e as dezenas de outras variantes de “ismos”) saiu vitoriosa, seja pela tomada do poder pela força e pela violência, seja pelo voto, a conclusão a que se chegará é que ela jamais cumpriu as suas promessas. Nem nunca defendeu os pobres e os trabalhadores, como prega na sua bandeira.

Quem ela mais beneficiou foi a si própria.  Muitos dos “seus” adeptos hoje constituem a classe dos novos milionários e bilionários do mundo. Uma “elite” formada nos esgotos da corrupção. 

Aí se tornaram “profissionais”, “perfeccionistas” como ninguém, fazendo inveja aos antigos “amadores” da direita, também nada santos".

O máximo que ela conseguiu fazer foi algumas “tapeações” sociais, sem que ocorresse uma verdadeira ascensão da classe baixa na pirâmide social. Mas foram hábeis na manipulação dos índices “sociais” e nos enganadores critérios utilizados. No papel tiveram “Nota 10”. Na vida real, “Nota 0".

Muito assistencialismo e muitas esmolas foram “esparramadas”, porém sem resultados  eficazes. Enquanto a pobreza ficou “estacionada”, muitas vezes até se agravando, uma boa fatia da riqueza da até então “classe dominante” mudou de mãos, transferidas para os parasitas da “Nomenklatura”, como adiante será explicado, a nova classe social que abocanhou todos os privilégios, em detrimentos dos produtores e trabalhadores. 

Políticos e sindicalistas desonestos, prioritariamente, “puxam” essa fila. E são os que entraram para essas atividades justamente por não gostarem, eles próprios, de trabalhar, deixando tais atividades “inferiores” para “outros”: empresários e trabalhadores. Mas se essa gente tem aversão ao trabalho, o mesmo não pode ser dito em relação ao poder e às riquezas, que tanto gostam.

O “aprendizado” começa nos sindicatos e depois se aperfeiçoa na política. A maior prova está nos inúmeros sindicalistas/políticos que arrebentaram os grandes fundos de pensão (Previ, Petrus, Postalis, etc.) desviando ilicitamente bilhões dos seus participantes que pouparam uma vida inteira para melhorar a aposentadoria.

Certamente não é por mera coincidência que é justamente nos países onde a esquerda passou a dominar que se concentram os maiores níveis de pobreza e atraso do mundo. A explicação talvez se encontre no fato dessa ideologia ter verdadeira aversão ao trabalho e à produção econômica. E essa pobreza e aversão ao trabalho e à produção econômica convivem em perfeita harmonia com a riqueza e “vagabundagem” de uma minoria. Essa minoria não é mais aquela de “antigamente”, contra a qual inicialmente o socialismo apontou os seus canhões. Não são mais os capitalistas, os empresários, os donos dos meios de produção, os “exploradores” do trabalho assalariado, da “mais-valia”, os que se beneficiaram dessa nova realidade.

A exemplo do que aconteceu na  Rússia, logo após a Revolução Bolchevique, de 1917, também o Brasil teve a sua própria  NOMENKLATURA, consistente numa categoria social formada pelos burocratas privilegiados do Estado, que se infiltraram na organização do Estado, tomando conta dos Três Poderes,  inclusive em cargos eletivos e diversos postos de comando, todos com renda privilegiada, sem participarem direta ou indiretamente da produção econômica, que só “sugaram”.

Na “Nomenklatura”, eles tomaram o lugar dos antigos “exploradores” do trabalho assalariado, que nessa nova versão, conjuntamente  com os trabalhadores, passaram a servir o novo “patrão”, a  nova escravista, não só do TRABALHO, mas  também do CAPITAL:  a poderosa “Nomenklatura”.

Trocando em miúdos: tanto o CAPITAL, quanto o TRABALHO, passaram a ser os novos escravos da NOMENKLATURA, composta pelos parasitas da esquerda que sugam para si os resultados de  todos os esforços de uma sociedade nacional. O Brasil “dita cátedra” ao mundo nessa inversão de valores. 

A começar por um ex-Presidente da República, que nunca trabalhou, e “fez a vida”, nada honesta, passando direto do meio sindical  para a política.

Na minha particular visão, a  Nomenklatura teria “parentesco” próximo ao ESTAMENTO BUROCRÁTICO, de Max Weber, desenvolvido no livro “Os Donos do Poder”, por  Raymundo Faoro, e também por Florestan Fernandes, o qual   estaria associado ao “patrimonialismo” e “privilégios”, que marcaram forte a  História  do Brasil.

No Brasil, a direita, às vezes com outros nomes e variantes, quer derrubar a esquerda. Apesar do  domínio da esquerda, com mais nitidez ,a partir de 2003, com a eleição de Lula, ter sido um desastre para a nação, em todos os sentidos, político, social, econômico e moral, na verdade a direita, e todos os “outros”, não têm  um currículo capaz de recomendar que essa troca seria  benéfica ao país. O simples retorno ao “status quo ante”, ou seja, à situação política existente antes de 2003 (a partir de 1985), não seria o bastante para justificar essa troca. 

Portanto essa “oposição” não tem qualquer moral para pretender tomar o lugar do “consórcio” esquerdista PT-MDB. Quais alternativas essa “oposição” estaria propondo a não ser acabar com a corrupção desenfreada? E será acabaria mesmo? 

Na verdade poderia ser muito simples uma mudança radical no quadro moral, político, social e econômico do Brasil, para melhor. O “SOCIAL-CAPITALISMO” que tenho em mente poderia ajudar bastante.

Enquanto o inimigo maior da esquerda seria a chamada “MAIS-VALIA”, concebida por Karl Marx, como sendo ela a parte do valor da produção econômica do trabalhador não remunerada pelo patrão, no que em parte ela tem razão, a esquerda pretende corrigir essa possível anomalia  com outra anomalia, ao “avesso”, ou seja, o que ela pretende na verdade  seria  mudar a “mais-valia”, para a “MENOS-VALIA”, ou seja o trabalhador deveria ganhar mais do que vale o resultado do seu trabalho. E como ficaria então a remuneração do trabalho do capitalista e do próprio capital, que assume todos os riscos da produção econômica? Passaria ele a ser então o “explorado”, o “escravo” do trabalhador? Seria justo? É isso que a esquerda quer?

Com base nessa discórdia, bom não seria o “meio-termo”?  No que consistiria a “JUSTA-VALIA” que imagino? É evidente que o primeiro resultado seria a abolição tanto da “mais-valia”, quanto da “menos-valia”. Acabaria a “compra e venda” do trabalho, a “exploração” do trabalho assalariado, enfim, o eterno conflito entre o capital e o trabalho. 

O empresário e o trabalhador se tornariam SÓCIOS no resultado da produção, cada qual participando num percentual “x” do resultado da produção econômica, a ser acertado e dimensionado previamente. 

Nesse possível novo sistema, o trabalhador também assumiria os riscos do empreendimento, exclusivamente quanto a seus resultados. O risco em relação ao capital em si permaneceria como sempre foi, ou seja, por conta do seu dono.

A grande novidade é que os bons ou maus resultados da produção seriam divididos, nas devidas proporções. Se o empresário ganhar muito, também ganha muito o trabalhador. Se não for bom, não será para ambos.

No que resultaria essa nova sistemática? É claro que os interesses na produção seriam comuns. Os trabalhadores dariam o mesmo empenho que o patrão, algo que no sistema vigente jamais acontece. Os interesses são diferentes.

Devido às forças psicológicas que atuariam na mente do trabalhador, pois ele teria o mesmo incentivo que o patrão em melhorar a produção, e da consciência que nesse aspecto “eles” seriam “sócios”, é evidente que a produção econômica daria um “salto” extraordinário. Teria um crescimento notável, beneficiando ambas as partes. E nem seriam necessários investimentos de bilhões de dólares. Os investimentos empregados sairiam “de graça”. Eles estariam só na INTELIGÊNCIA e na PSICOLOGIA.

É claro que a Consolidação (“fascista”) das Leis do Trabalho-CLT, teria que ser abandonada, mesmo porque no seu conjunto ela mais prejudica o trabalhador do que favorece, apesar de ter sido relativamente útil na época da sua implantação. Mas os tempos mudaram. E as novas necessidades estão aí.

Foto de Sérgio Alves de Oliveira

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado, sociólogo,  pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

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