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E se Aécio fosse eleito presidente?

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Esta pergunta hoje se faz perturbadora. Provoca a sensação do indivíduo que passa por um susto ao safar-se de um perigo mortal. Uff. Mas na esfera do exercício crítico de análise séria da história recente, enseja proveitoso resultado no estudo das probabilidades pela Teoria dos Jogos aplicada à tumultuada realidade brasileira.

Senão vejamos. O programa eleitoral do então candidato Aécio, transposto à ação de governo, como presidente, configuraria um movimento reformista incoercível, calcado na força poderosa da derrota do petismo. O ímpeto reformista da Previdência, Lei trabalhista, partidária, econômica rolaria fácil pelo Congresso sempre pronto a se associar ao poder dos vitoriosos. 

Conseguiria o que Temer não conseguiu. Porém, ao findar 2017, a Lava Jato alcançaria o Michel e seu PMDB, então aliado de Aécio e seu PSDB. Um grande embaraço. Pouco depois viriam as denúncias contra o presidente Aécio tais como estão acontecendo agora. A seis meses da eleição geral, Aécio seria candidato à reeleição e ameaçado de impeachment.

A situação política e de incertezas sociais e econômicas que estrangulam a nação, somada a prisão de Lula, tocaria o paroxismo, destrutiva, incontrolável jamais conhecida na história do Brasil. O Aécio presidente e réu proporcionaria argumentos palatáveis para absolver seu líder e seu passado criminoso.

Por ilação capciosa, o partícipe maior do “golpe” contra o presidente Lula, “condenado sem provas”. A rebelião das massas emergiria irreprimível, seja pela diminuta aptidão para o raciocínio, a ausência de espírito crítico, a irritabilidade, a credulidade e o simplismo, no dizer de Gustave Le Bom. As denúncias justificadas chegaram ao Aécio na melhor ocasião para o país – derrotado nas urnas.

Concedo em recorrer ao adágio popular, descontada a superstição – Deus escreve certo por linhas tortas. Derrotado ontem, serviu ao Brasil identificando-se aos criminosos presos e aos que virão na esteira moralizadora da Lava Jato.

(Texto de Luiz Carlos da Cunha. Escritor)

Fonte: Blog do jornalista Percival Puggina

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